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Vacinação e a retomada do turismo

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Após diversos registros de prejuízos no turismo devido à pandemia, finalmente, a vacinação contra a Covid-19 já começa a significar uma retomada do setor.

No final de maio deste ano, houve o quarto ciclo de debates pela Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado (CDR), no qual representantes do setor defenderam o avanço da vacinação contra Covid-19 no Brasil e no mundo, além da adoção de novos protocolos de segurança.

O objetivo é justamente focar no que pode melhorar a situação no país e atrair os turistas, tanto estrangeiros quanto brasileiros, a retomarem suas viagens. Durante a audiência, as expectativas foram restabelecidas em relação à recuperação do setor diante dos prejuízos causados pela pandemia do novo coronavírus.

O turismo obteve muitos impactos negativos com o fechamento de diversas fronteiras internacionais e o isolamento social, determinada como principal forma de se proteger da contaminação viral. A vinda de turistas estrangeiros ao Brasil pode ter chegado a retroceder quase 30 anos, o equivalente ao índice de visitação dos anos de 1990.

Nesse sentido, a retomada do setor depende muito da campanha de vacinação, tanto em território nacional quanto internacional. Continue acompanhando o texto para entender sobre os impactos da pandemia no turismo e as expectativas para sua recuperação.

O turismo na pandemia da Covid-19

A pandemia do novo coronavírus (SARS-Cov-2) foi decretada em março de 2020. Desde então, a vida mudou: houve uma drástica redução nos fluxos turísticos e grande desaceleração na rotina das pessoas; diversas medidas precisaram ser implementadas e o medo reinou no país e no mundo.

Os impactos da pandemia no turismo não foram poucos. A imobilidade social imposta por medidas de prevenção ao Covid-19 foi um dos principais meios a afetar o segmento. Afinal, trata-se de uma área que exige a socialização, a interação humana e as viagens para seu sustento.

Em abril de 2020, muitas restrições em relação às viagens foram aplicadas como forma de controlar a circulação do vírus com a entrada e saída de pessoas. A partir disso, o setor começou a ser severamente afetado. Nos 10 primeiros meses do mesmo ano, houve forte redução da chegada de turistas no Brasil, resultando em um índice equivalente aos anos 1990.

Os dados mostram que o faturamento do turismo brasileiro foi 59% reduzido e a economia criativa, uma das subáreas que sustentam o segmento, caiu 58%. Em 2019, a variação percentual anual de visitação de turistas internacionais no mundo estava em 3,8%, sendo que em 2020 chegou a -73,1%.

Não é em vão que os efeitos da crise na saúde pública tornaram-se evidentes no setor: fechamento das fronteiras internacionais, isolamento imposto como meio de proteção, fluxo de transporte interrompido, lockdown, número de casos subindo diariamente e desaceleração dos principais subsetores que alimentam o turismo, como:

  • transportes;
  • eventos esportivos;
  • eventos de setores criativos (cinema, teatro, artes cênicas, moda, representações culturais etc.);
  • hotelaria de rede internacional;
  • hospedagem locais/regionais;
  • serviços de agenciamento de viagens;
  • serviços de alimentação e de lazer.

A estimativa é de que, com o fim da pandemia, o turismo possa ser forte aliado na recuperação socioeconômica, o que só será possível com a vacinação em massa da população.

A vacinação no Brasil: a passos lentos

As mais recentes notícias em relação ao processo de vacinação no Brasil afirmam que o país aplicou 345 mil doses só no domingo do dia 18/07. Segundo levantamento junto às secretarias de saúde, foram aplicadas 88,9 milhões de primeiras doses e 33,8 milhões de segundas doses ou vacinas de dose única.

Dados do consórcio de veículos de imprensa afirmam que são um total de 122,7 milhões de doses aplicadas no Brasil. Até o momento, a população imunizada, que já tomou a segunda dose (ou dose única) da vacina contra Covid-19, chegou a 15,98%, sendo que são 42% de brasileiros com a primeira dose.

A expectativa da retomada do setor com a vacinação

Com a vacinação em curso, lenta, porém andando, o setor de turismo já sente maior demanda por viagens. Segundo os representantes do segmento, a tendência é que a imunização reduza as restrições ligadas às atividades turísticas. Isso proporciona maiores abordagens favoráveis para a recuperação do ramo.

Embora a recuperação completa do turismo só esteja prevista para ocorrer a partir de 2022, pesquisas já apontam melhorias: segundo estudos da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo, o cenário tem mudado aos poucos, ficando mais positivo.

Por exemplo, em abril deste ano, 69% das companhias do setor ouvidas pela entidade afirmaram que estão com boas perspectivas de melhora. Já em maio, o percentual quanto a isso subiu para 97%. Mas, o faturamento ainda não obteve grandes avanços, ficando na faixa de 25% do praticado antes da pandemia.

A expectativa está crescendo também com relação ao turismo internacional: na França, por exemplo, a entrada de turistas, independente da origem, já foi liberada desde que o passageiro tenha tomado as duas doses (ou dose única) da vacina.

Sem mencionar o “turismo da vacina”, que tem levado turistas a buscarem outros países com a campanha de vacinação mais avançada para tomarem sua dosagem. O México, por exemplo, é visto como um dos países mais visados para este fim.

Por fim, é previsto que o futuro do turismo deva influenciar em diversas mudanças para os setores relacionados ao ramo. Companhias aéreas, por exemplo, já estão buscando se adaptar ao novo normal, com novas adaptações sanitárias, flexibilização de remarcação de voos e até discute-se o projeto “glass safe”, para divisórias de vidro em cada acento, como mais uma medida de proteção nos aviões.

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