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Quanto tempo a hotelaria nacional vai demorar para se recuperar? O que dizem os especialistas?

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Visão amplamente disseminada entre profissionais do setor prevê um cenário extremamente positivo até 2023

Mesmo sem a vitalidade dos últimos anos, a hotelaria continua a se recuperar dos impactos causados pela pandemia. Em geral, analistas de mercado costumam apontar que:

  • 2020 representou o auge da crise no setor
  • 2021 e 2022 representam o início desse restabelecimento
  • 2023 representará uma melhora constante e uma evolução no meio

Quer saber mais sobre hotelaria e entender como especialistas buscam explicar a retomada dessa área? Continue no nosso artigo.

O início do fim

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Mesmo com seus primeiros casos sendo identificados somente nos últimos meses de 2019, o coronavírus demorou alguns meses para atingir o território nacional. Apesar disso, desde que a enfermidade fez sua primeira vítima no país, em 12 de março de 2020, um cenário catastrófico se desenvolveu em diversos mercados.

Na hotelaria, o temor causado pela COVID-19 foi absurdamente impactante, conforme apontou um levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FECOMERCIOSP). Segundo a entidade, o setor acumulou um prejuízo de 26,6% entre março e novembro de 2020, se comparado ao mesmo período do ano anterior. O relatório ainda aponta que o turismo, como um todo, registrou uma queda de faturamento de R$ 51,5 bilhões nesse mesmo intervalo.

Outra pesquisa, dessa vez realizada pela HotelInvest em parceria com o Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB), com a Omnibees e com a STR Consultoria, buscou elucidar os caminhos a ser trilhados por investidores desse meio ainda no início da crise sanitária. O estudo foi apresentado através de uma transmissão ao vivo realizada no dia 3 de junho de 2020, e contou com o auxílio de diversos profissionais da área.

À época, o fundador e CEO da HotelInvest, Diogo Canteras, destacou que “(…) os resultados não são o que gostaríamos de apresentar. As projeções são preocupantes, mostram que nós devemos ter cuidado (…). Mas a crise vai passar, para ser um pouco otimista”.

Mesmo depois de mais de um ano, a visão positiva do empreendedor (felizmente) começou a se concretizar. A promoção de medidas preventivas, como a obrigatoriedade do uso de máscaras e o desenvolvimento de campanhas de vacinação, passaram a impulsionar uma melhora gradativa nesse meio, e números positivos começaram a emergir entre o caos.

Assim como citamos em outro artigo, dados apresentados pelo Itaú Unibanco sobre o setor hoteleiro demonstraram um crescimento de 255,8% no segundo trimestre de 2021, se comparado ao mesmo momento de 2020. Grandes figuras desse mercado complementam essas informações, como Marco Amaral, vice-presidente de operações da rede Minor Hotels na América do Sul e na Europa. Segundo ele, mesmo com essa crescente, a categoria só deve retornar a níveis pré-pandemia em 2022.

A perspectiva foi corroborada pela pesquisa encabeçada pela HotelInvest, que previu uma recuperação econômica completa no mesmo ano. Conforme apontou o relatório, 2023 seria o ano da reconstrução do setor hoteleiro de luxo, que tende a demorar mais para voltar à normalidade.

Mesmo assim, as esperanças se depositam no auspicioso ano de 2022…

É inevitável que, independentemente do cenário, se aguarde uma “virada de chave” que retome as atividades aos padrões anteriores à adesão de medidas de isolamento social. Por isso, o webinar Hotéis de lazer e corporativos: o que esperar em 2022? Se apresentou como uma alternativa extremamente válida para desconstruir falsas esperanças.

Promovida pela Panrotas, a transmissão contou com a participação de diversos nomes relevantes do mercado, que apresentaram suas perspectivas em relação a um dos anos mais importantes da história recente da hotelaria. Através de seus materiais de divulgação, foram reveladas algumas das visões dos convidados, que seriam desenvolvidas posteriormente.

Para Rodolfo Delphorno, por exemplo, diretor comercial da Omnibees, “(…) os números da hotelaria nacional demonstram, claramente, uma retomada consistente, ainda que mais acelerada nos segmentos de lazer e em hotéis com diária média acima de R$ 400. Para o lazer existem apenas boas notícias para os próximos meses, com a chegada do verão, black friday, carnaval, grandes eventos, viagem como desejo, etc. Para o corporativo, teremos um retorno mais gradual, mas, também, com um olhar otimista para 2022”.

Pedro Cipriano, sócio da HotelInvest, foi ainda mais incisivo nesse sentido. Segundo ele, “(…) sem surpresas negativas no âmbito sanitário, estou convicto de um 2022 muito bom para o turismo de lazer, ao menos em vendas. Também acredito em resultados da hotelaria urbana muito melhores, porém ainda abaixo do desejável, seguindo o interior com uma performance mais positiva. E, como principal ponto de atenção, reforço o desafio de acelerarmos a recuperação das tarifas. Com ociosidade e inflação alta, melhorar a gestão de receita será fundamental para acelerar a recuperação do setor”.

Por fim, a country manager da STR, Patricia Zulato, apresentou dados comparativos relacionando o cenário externo com as possibilidades de melhora brasileiras. Conforme apontou a profissional, “(…) em todo o mundo estamos vendo uma recuperação mais acelerada da diária média em relação à ocupação. Como um dos motivos, podemos destacar a forte demanda de lazer doméstica, o novo mix de demanda e a relação oferta e demanda dos mercados regionais, que se sobressaíram em termos de performance ao longo de todo período”.

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