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Turismo doméstico volta a crescer em 2022

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Momento aumenta o positivismo nacional sobre o setor

O turismo doméstico está superando a crise pandêmica e deve ser uma das tendências do setor esse ano, conforme demonstram diversos levantamentos que apresentaremos a seguir. Neles, são apontadas melhoras nos setores:

  • de entretenimento;
  • de hospedagens;
  • de transportes.

Quer saber mais sobre esse momento? Continue no nosso artigo.

Imagem de multidão em show

Uma perspectiva amplamente compartilhada

Ainda é difícil calcular todos os impactos promovidos pela pandemia no mercado de turismo nacional e internacional. No entanto, a estimativa de uma melhora se apresenta cada vez mais clara entre analistas desse mercado.

A começar por informações coletadas pelo Conselho do Turismo da Federação do Comércio, Bens e Serviços do Estado de São Paulo (FECOMERCIOSP) com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo a entidade, o turismo nacional registrou um crescimento de 19,3% em novembro de 2021 se comparado ao mesmo período de 2020. Ao todo, o faturamento atingiu R$ 14,7 bilhões.

O levantamento ainda destaca o mercado de transporte aéreo, que teve uma alta de faturamento de 63,3% em relação ao mesmo recorte do ano anterior. Ao todo, isso equivale a uma arrecadação de R$ 4,3 bilhões.

Outra análise, dessa vez desenvolvida pelo UOL, corroborou a melhora desse meio. Segundo a empresa, as rotas aéreas brasileiras transportaram 24,1 milhões de passageiros domésticos no primeiro semestre de 2021, um crescimento de 400 mil indivíduos em comparação ao mesmo período de 2020.

Por fim, a pesquisa Pulso Expectativa 2022 também compartilhou essa perspectiva positiva. De acordo com o levantamento, 43% da população brasileira pretende fazer alguma viagem ainda esse ano. Desses, 31% pretendem se hospedar em hotéis ou fazendas.

E o que isso significa?

Superficialmente, esses dados demonstram uma subida extremamente positiva no mercado de turismo doméstico nacional, mas análises mais aprofundadas demonstram que, mesmo que esses números se mantenham e as estimativas se concretizem, muita coisa ainda precisa melhorar para que esse setor se recupere plenamente.

Os dados apresentados pelo FECOMERCIOSP com base em análises do IBGE, por exemplo, não são melhores que os períodos que antecederam a pandemia. O faturamento, citado pelas entidades, é 15,5% mais baixo que em novembro de 2019. Quanto aos números relacionados a transportes aéreos, esse cenário é ainda pior, com uma baixa equivalente a 19% em relação, também, a 2019.

O UOL, por sua vez, ressaltou como o número bruto de passageiros transportados em voos domésticos ainda é 37,2% inferior ao nível de 2019. No texto, Eduardo Sanovicz, presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), afirmou que as companhias do ramo fecharam o mês de julho “(…) com cerca de 70% da malha aérea de 2019”.

Quanto a pesquisa Pulso Expectativa 2022, vale um destaque em relação aos destinos dos turistas, que estão preferindo localidades mais próximas de suas cidades. Consequentemente, muitos desses indivíduos, especificamente 71%, devem optar por viagens de carro, evitando gastos com empresas focadas em transporte.

Mesmo assim, é um movimento positivo

Por mais que os parágrafos anteriores demonstrem um cenário ainda muito negativo, é indiscutível que, finalmente, melhoras significativas comecem a ser percebidas no setor. Seja através do transporte ou do planejamento de alguns indivíduos, é provável que números positivos passem a ser percebidos nesse meio.

No Rio de Janeiro, por exemplo, isso já começou a se concretizar com mais afinco. Em uma matéria veiculada no Jornal Nacional, da Rede Globo, o jornalista Pedro Figueiredo afirmou que “(…) antes da pandemia, a ocupação média dos hotéis da cidade estava em torno de 70%. Em 2020 e 2021, esse percentual caiu para 40%. Agora [em 2022], a previsão é de que chegue ao patamar de 60% com outro foco”.  

Para explicar esse ponto, a reportagem convidou Michael Nagy, diretor comercial do Fairmont Rio de Janeiro. Segundo ele, “(…) antes nós focávamos mais internacionalmente e menos nacionalmente. Então, se você olha que 11 milhões de brasileiros viajaram para fora do Brasil antes da pandemia, nem todos estão podendo viajar [para o exterior] no momento. Então, ganhamos mais clientes (…)”.

Mea-culpa

Mesmo que o cenário nacional se mostre cada vez mais positivo para o turismo doméstico, é necessário que empresários desse setor mudem alguns hábitos para atender esse “novo público”.

Em entrevista cedida à CNN Brasil, André Coelho, coordenador de projetos da Fundação Getúlio Vargas (FGV) assumiu que “(…) existe uma grande demanda reprimida para turismo doméstico”, mas salientou que “(…) o Brasil vem fazendo um grande trabalho de incentivo ao turismo, mas ainda é preciso dar passos muitos significativos, principalmente ligados ao planejamento e ao monitoramento [desses espaços]”.

Segundo ele, isso se mostra um ponto extremamente relevante em relação a destinos internos, uma vez que “(…) algumas cidades, hoje, dependem realmente do turismo e podem aumentar significativamente as suas receitas econômicas se investirem em turismo. É um setor de futuro para o Brasil”.

Para o especialista, esses problemas podem ser amenizados ou solucionados através de um conjunto de atividades promovidas pelo setor público, privado e, até, pelos próprios consumidores, que devem exigir mais monitoramento.

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