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Empregos no turismo crescem em 2019

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Um cenário político instável, a oscilação na economia, o valor do dólar, os índices de inflação, 2019 começou num clima de muita insegurança. No entanto, em meio a tudo isso, houve um setor que se destacou, apresentando números surpreendentes de crescimento e chamando a atenção dos setores público e privado. O turismo, que sempre foi deixado em segundo plano, se mostrou uma excelente alternativa de investimento para o crescimento do país como um todo, ou seja, um crescimento sustentável capaz de contribuir com o desenvolvimento e progresso do Brasil.

O turismo e o PIB

Segundo dados divulgados pelo Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC em inglês), o Brasil vem em quinto lugar no ranking de países onde o turismo tem forte impacto na economia. Atualmente, o setor já corresponde a 8,1% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, somando US$152,5 bilhões injetados no país, ocupando 6,9 milhões de postos de trabalho, ou seja, corresponde a 7,5% do número total.  

Se em 2018 os resultados nesse sentido foram os melhores comparados aos últimos 10 anos, em 2019 os índices também cresceram, foram R$136,7 bilhões (melhor desempenho dos últimos 4 anos), isso nos primeiros meses do ano.

Empregos diretos em uma crescente constante

Quando uma área cresce a tendência é que haja crescimento em cadeia e que isso influencie mais áreas. Nesse sentido é assim que funciona com o turismo, visto que são várias as esferas que constituem o setor. Para que uma estrutura de receptivo funcione é preciso que todas as pontas funcionem juntas: acomodação, alimentação, mobilidade, lazer. É ai que o impacto acontece, no conjunto de ações e medidas públicas e/ou privadas que garanta uma boa experiência.

Somente em 2019 turismo criou 25 mil novas oportunidades de trabalho em 12 meses, entre outubro de 2018 e outubro de 2019. Isso de acordo com a pesquisa divulgada em dezembro de 2019 pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), cuja fonte de dados é do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). Isso representa nada menos que um crescimento de 330% em relação aos 12 meses anteriores.

Dentre as principais atividades que ocupam esses índices estão:

  • Hospedagem e alimentação (1,9 milhão de empregados);
  • Transporte de passageiros (833,2 mil empregados);
  • Cultura e lazer + agentes de viagens (2,2 milhão).

É possível ainda, de acordo com dados do CAGED, distribuir esses dados sobre a demanda de postos de trabalho por região. Por exemplo, no mês de outubro de 2019, que foi a base do comparativo do ano do setor, o Turismo gerou 1.630 novos postos de trabalho formal, somando um total de 2.962.951 trabalhadores registrados neste mês.  A pesquisa também revelou os números por região, veja a seguir:

  • Região Sul liderando com 1.977 novos postos, sendo que em Santa Catarina foram 1.032;
  • A região Norte criou 391 oportunidades, sendo 181 mérito do Pará e 169 no Amazonas.

No Brasil, o turismo gera aproximadamente 7 milhões de postos de trabalho, quase o triplo da média mundial (2,3 milhões). Todos esses dados apontam um cenário crescente e constante, com previsões otimistas que vem surpreendendo a cada pesquisa. Mas, muito ainda precisa ser feito para que esses números sejam mais expressivos e façam a diferença positiva que os indicativos demonstram potencial para.

Alguns especialistas apontam que esse resultado é também proveniente do fato de que o crescimento na demanda tem feito o brasileiro empreender e que a inovação é o melhor agente propulsor, por isso precisa ser incentivada.

Entenda o fluxo de ações que move esses índices

São diversos os fatores que impulsionam o crescimento dos números de um setor, como já foi dito. No caso da aba de viagens, no Brasil, a demanda doméstica é que lidera os resultados, sendo responsável por 94% do volume alcançado, mostrando que o brasileiro está circulando mais e mostrando também o quanto é preciso investir na oportunidade de crescer internacionalmente.

O Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) publicou em janeiro de 2019, o aumento de 7% na entrada de voos internacionais no Brasil, isso comparado ao mesmo período de 2018. As informações vieram Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Nesse sentido não se pode deixar de considerar a relevância desse dado, uma vez que, só em 2018, turistas estrangeiros injetaram US$ 5,92 bilhões na economia do país. Algumas medidas adotadas tiveram impacto nesse desempenho, especialistas acreditam, por exemplo, que a flexibilização nas concessões de vistos para países estratégicos, tais como EUA, Canadá, Austrália e Japão foi uma delas.

As viagens corporativas também passaram a serem vistas como algo importante no desempenho econômico do país, afinal turismo não deve ser associado somente a entretenimento e lazer. É viajando, especialmente para fora do país que novos negócios, seja de implantação ou expansão, se consolidem. Sem contar na demanda de intercâmbio. Viajar para estudar deixou de ser visto como um privilégio e passou a valer como um diferencial diante de oportunidades de trabalho, isso tanto para o setor primário e secundário, como para o terciário, de acordo com pesquisas da Associação Brasileira de Viagens Corporativas.

O potencial natural e cultural como atrativos turísticos fundamentais

Pesquisas recentes do Fórum Econômico Mundial revelam o Brasil no 1º lugar do ranking de países com maior concentração de atrativos turísticos naturais. O país ocupa também a 8º colocação em atrativos culturais, isso de norte a sul, sedo este visto como singular, por conta dos seguintes fatores:

  • Formação étnica;
  • Identidade linguística;
  • Expressividade musical;
  • E peculiaridades gastronômicas.

Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNAD

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) é aquela criada para acompanhar as flutuações trimestrais, bem como a evolução (curto, médio e longo prazo) da força de trabalho e demais informações necessárias ao desenvolvimento socioeconômico do Brasil. Ano passado o Ministério do Turismo, por meio de uma parceria com o IBGE, acrescentou perguntas sobre turismo nos questionários da PNAD Contínua. Foram incluídos 48 tópicos sobre o setor e espera-se que o resultado disso seja tanto uma forma eficiente de medir o desempenho das políticas públicas nesse sentido, como também de entender melhor suas necessidades. 

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